Certa vez dialogando com um camarada à respeito das drogas, eu como praxe defendi a total legalização da produção, do comércio e do consumo de qualquer droga.
Em resposta meu camarada disse que o mercado de cigarros é legalizado e que mesmo assim há contrabando. Ele até me apresentou artigo do Instituto Liberal de São Paulo e do site G1 mostrando que o contrabando de cigarro é ainda maior do que o tráfico de drogas.
Mas fica a pergunta: Porque então o mercado negro de cigarros não é tão pernicioso à sociedade quanto o mercado negro das drogas?
A resposta é simples: Porque o mercado de drogas permanece ilegal enquanto o mercado de cigarros é amplamente legalizado. Redundante? Explico melhor agora: O mercado de cigarros é bizarramente maior do que o mercado das drogas. Logo seu mercado negro, falsificações, se restringe à uma parcela muito pequena deste mesmo mercado em comparação com o todo. Neste caso o problema é a quebra de patente das marcas de cigarro já estabelecidas, o que não gera um retorno policial igual ao que se dedica ao tráfico de drogas. Ora bolas combater pirataria é mamão com açúcar para a sociedade. Mas combater o tráfico de drogas é péssimo, pois daí o crime não é apenas a falsificação de um produto patenteado e legalizado, o crime agora passa a ser muito maior do ponto de vista da lei. Agora não há apenas a apreensão de materiais pirateados, mas sim além da apreensão de toda a droga e das armas e de tudo o mais, ainda há penas de detenção severas.
Em suma, o carinha que vende cigarro pirateado não leva a mesma sanção que o carinha que trafica drogas. Justamente porque é legalizado. Se o Brasil resolver aplicar a mesma pena de tráfico para pirataria, o camelô da Uruguaiana vai ter que se esconder no morro e usar armas para combater a polícia.
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