Pela primeira vez na minha vida eu admito que estou começando a sentir um sentimento de auto determinação regional. Eu sinto algo muito especial apelo povo da minha terra natal, o Espírito Santo.
É um pouco estranho isso porque eu morei mais de duas décadas no RJ e eu nunca senti isso. Eu via esses caras do Sul e de SP defendendo autonomia de seus estados diante da federação e achava meio extremo. Depois comecei a valorizar mais, vendo a doutrina libertária e compreendendo que uma multidão de pequenos estados independentes gera muito mais desenvolvimento para todos que um imenso e gigante país. Mas eu ainda não entendia muito bem o sentimento de autodeterminação.
Durante todos os anos que estive fora do meu estado, é como se os mais diversos ângulos do meu âmago e da minha alma não fossem preenchidos completamente, por questões simplesmente culturais.
Eu sempre achei que minha gente tinha mais predicados que as que eu estava acostumado a lidar, salvo algumas exceções. Mas, tudo bem, eu não cheguei a ser um morador tradicional do município do Rio de Janeiro, área mais nobre, com pessoas mais refinadas e educadas; afinal aqui no ES eu vivo dentro da Grande Vitória e nem dentro do Grande Rio, salvo uma breve estadia durante o ano de 2007 em Botafogo, eu vivi. Eu não possuía tradição alguma, não havia estudado nos colégios particulares de lá, para formar minha base de convívio. Eu passei a maior parte do tempo no município periférico de Itaguaí.
Eu me lembro claramente de um amigo de Itaguaí que vivia me falando que Itaguaí. Para ele era um lugar especial e eu questionava ele dizendo: - Tirando Jerusalém e Israel, o mundo é apenas o mundo, nada é mais especial do que a Terra Santa em termos de geografia. Ele me olhava com um silêncio respeitoso mas tentava justificar seu sentimento.
Agora eu entendo porque às vezes eu era questionado por criticar tanto minha cultura local - Itaguaí, e continuar morando lá. Por vezes tive de explicar que não havia sido por minha opção e sim dos meus pais, tendo em vista que cheguei lá por volta dos meus três anos de idade.
Enfim, eu estava certo, toda a espera está valendo à pena, a convivência em família co-sanguínea é algo muito especial. Torna-se especialmente agradável ter o privilégio de conviver com uma família amorosa grande e fervorosa como toda família italiana - descendente no meu caso - não poderia deixar de ser.
Felicidade é o que sinto. Espero que você também possa ter o privilégio de viver próximo a sua família, seja ela co-sanguínea ou não!
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