As promessas anarcocapitalistas são fantásticas, desejo muito que ocorram no mundo porque tornará a vida de muita gente melhor. Entretanto, a fatia de pessoas que está disposta a por em prática essas idéias ainda não significa nada em comparação com o resto da população global.
Isso implica que durante toda minha existência a capacidade de proporcionar qualidade de vida ao maior número de pessoas possível estará provavelmente ligada ao esforço na direção de se obter o máximo que temos hoje em dia, uma condição de Noruega, liberalismo econômico sustentando assistencialismo estatal.
Comparando esse arranjo com as promessas anarcocapitalistas minha intuição é a de que o anarcocapitalismo é infinitamente superior. Porém, comparando a possibilidade de se transformar o Brasil e o mundo em um lugar mais semelhante com a Noruega e a possibilidade de transformar o mundo em um Ancapistão, a primeira opção fica muito mais próxima de qualquer cenário possível em comparação com a segunda.
Compreendo também que é perfeitamente possível trabalhar pela difusão e persuasão ancap de forma a pensar em um mundo distante que não conhecerei, com a busca política para gerar a combinação de liberalismo econômico com assistencialismo estatal; ocasionando o crescimento das avaliações internacionais de desenvolvimento do Brasil e do mundo.
No fundo o que importa é melhorar a vida das pessoas. Seja no presente e futuro próximos, com ações efetivas do presente e futuro próximos; seja em um futuro distante plantando sementes no presente para um futuro ainda desconhecido. As duas coisas podem ser feitas ao mesmo tempo por toda uma vida.